Mercado Imobiliário brasileiro mantém forte crescimento em 2025, impulsionado pela demanda habitacional e programas de incentivo

O mercado imobiliário no Brasil segue em trajetória consistente de crescimento em 2025. Mesmo diante de juros altos e de um cenário econômico desafiador, o setor continua expandindo lançamentos e vendas. Os dados fazem parte dos Indicadores Imobiliários Nacionais da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), produzidos em parceria com a Brain Inteligência Estratégica e divulgados após análise em 221 cidades brasileiras.

O levantamento evidencia a resiliência do setor, impulsionado pela demanda reprimida, pela força dos programas habitacionais e pelo movimento crescente de consumidores que voltam a visualizar o imóvel como ativo seguro e estratégico.


Crescimento contínuo nos lançamentos e nas vendas

Entre julho e setembro de 2025, o país registrou 108,8 mil novos lançamentos, acumulando 307,4 mil unidades no ano — alta de 8,4% em relação ao mesmo período de 2024.

As vendas acompanharam o ritmo, totalizando 101,3 mil unidades no terceiro trimestre e 312,2 mil no acumulado do ano, crescimento de 5% na comparação anual.

Para o presidente-executivo da CBIC, Fernando Guedes Ferreira Filho, os números demonstram a força e a capacidade de adaptação do setor, mesmo com a taxa Selic mantida em 15%, o maior patamar da história recente.


Centro-Oeste dispara e Sudeste lidera em volume

O estudo revela diferenças marcantes entre as regiões brasileiras no terceiro trimestre:

  • Centro-Oeste: maior alta percentual nos lançamentos, com crescimento de 53,5% (7.313 unidades).

  • Sudeste: liderança absoluta em volume, com 59,8 mil unidades lançadas, aumento de 4,3%.

  • Norte: única região com retração, com queda de 34,4% nos lançamentos.

Nos últimos 12 meses, o país atingiu 433 mil unidades lançadas, o maior volume da série histórica. Para Ely Wertheim, vice-presidente da CBIC e presidente executivo do Secovi-SP, esse dado destaca a forte demanda habitacional existente no país.


Atividade econômica segue aquecida: VGL e VGV em alta

Os indicadores financeiros também registraram avanço significativo:

  • Valor Geral Lançado (VGL): R$ 68,5 bilhões no trimestre e R$ 198,9 bilhões no ano, aumento de 22,9%.

  • Valor Geral Vendido (VGV): R$ 62,3 bilhões no trimestre e R$ 188,7 bilhões no ano, crescimento de 13,2%.

Esses números confirmam o protagonismo do setor imobiliário na economia nacional, com movimentação robusta e geração de negócios expressiva.


Minha Casa, Minha Vida continua sendo o principal motor do setor

O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) segue liderando o desempenho do mercado. No terceiro trimestre:

  • 47% dos lançamentos foram destinados ao programa.

  • 44% das vendas também ocorreram dentro dessa faixa.

Na cidade de São Paulo, a participação do MCMV nos lançamentos chegou a 66%. Com o volume atual de vendas, o estoque disponível de 110,5 mil unidades seria consumido em apenas sete meses.


Intenção de compra cresce e Geração Z lidera o movimento

A pesquisa também revela um aumento na intenção de compra de imóveis entre os brasileiros:

  • 48% dos entrevistados afirmam planejar adquirir um imóvel nos próximos 24 meses, ante 46% no ano anterior.

  • Entre os jovens da Geração Z (21 a 28 anos), a intenção chega a 61%.

  • Entre os baby boomers (61 a 79 anos), o índice é de 25%.

Segundo Celso Petrucci, conselheiro da CBIC e economista-chefe do Secovi-SP, o avanço entre os jovens demonstra uma renovação importante na base de consumidores, reforçando a percepção do imóvel como investimento seguro e estratégico.


O que os dados indicam

A análise geral aponta tendências claras para o mercado imobiliário:

  • A demanda habitacional permanece elevada.

  • Programas habitacionais continuam impulsionando o ritmo de lançamentos e vendas.

  • O imóvel volta a ser reconhecido como investimento seguro e de longo prazo.

  • O interesse crescente do público jovem renova a base de compradores do país.

  • Mesmo com juros altos, a atividade imobiliária segue firme, reforçando a maturidade do setor.


Conclusão

O terceiro trimestre de 2025 confirma que o mercado imobiliário brasileiro vive um ciclo de crescimento sólido e sustentado. Com lançamentos em alta, vendas consistentes, interesse renovado do consumidor e forte atuação do Minha Casa, Minha Vida, o setor segue como um dos mais dinâmicos e estratégicos da economia nacional. Os dados mostram que, mesmo diante de desafios, o Brasil mantém um mercado robusto, diverso e com grande potencial de expansão nos próximos anos.


Fontes Consultadas

  • Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) – Indicadores Imobiliários Nacionais 2025

  • Brain Inteligência Estratégica – Pesquisa de Mercado Imobiliário

  • Secovi-SP – Análises de Mercado e Comentários Técnicos

LIVRO: DESAFIOS DA CORRETAGEM DE IMÓVEIS: SUPERANDO BARREIRAS NOS ANOS INICIAIS


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